quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PAISAGENS URBANAS - Nelson Brissac Peixoto

            
             A crise da autonomia modernista da obra de arte, tomada como um objeto fechado em si próprio e isolado no espaço, coloca a questão da localização, da relação da obra com o entorno. A grade e as nuvens - categorias centrais da crítica de arte contemporânea - estabelecem esse recorte mais amplo em que a obra se inscreve: a paisagem. Da mesma forma, é preciso que aquele que vê não seja estranho ao mundo que ele olha. Ele deve ser visto de fora, instalado em meio as coisas, surpreendido no ato de considerá-las de determinado lugar. 
            Trata-se de tirar as obras de instituições culturais, dos circuítos de exibição estabelecidos, dos padrões convencionais de classificação, e leva-las a um diálogo mais amplo. Não tomar as obras isoladamente, mas como intervenções num espaço mais complexo. Redefinir o lugar da obra de arte contemporânea, a partir da sua integração com outras linguagens e outros suportes. 
            A idéia é construir imagens da cidade, que sejam novas, que passem a fazer parte da própria paisagem urbana. Quando parecíamos condenados às imagens uniformemente aceleradas e sem espessura, típicas da mídia atual , reiventar a localização e a permanêcia. Quando a fragmentação e o caos parecem avassaladores, defrontar-se com o desmedido das metrópoles como uma nova experiência das escalas, da distância e do tempo. Através dessas paisagens, redescobrir a cidade.


2 comentários:

  1. Compraste este livro? Parece ser bem bacana. Estava reparando hj numa coisa e só reparei agora que seu email é aquela onda do Tahiti nao?

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  2. É bem legal, to começando a ler ainda, levo para te mostrar.
    É sim, é uma onda sinistra no Tahiti!

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